quinta-feira, 4 de abril de 2013

Segunda reunião da Comissão do Currículo de 2013 - 04 de abril

Novamente reuniram-se os membros da comissão que está elaborando a Matriz Curricular dos Centros de Línguas na sala do Centro de Referência no CIL 01. Com a presença de 14 representantes dessas escolas, o professor Juscelino deu informes gerais e informou que estamos negociando com as CRE de cada CIL a possibilidade de que coordenadores intermediários possam trabalhar junto a essas escolas nas respectivas CRE e participar da Comissão. Registrou a presença da professora Maria Carmem, que trabalha na coordenação intermediária na GREB do Plano Piloto. Nas próximas reuniões são esperados outros representantes das CRE.

Foi solicitado que os representantes dos CIL de Sobradinho e Brazlândia relatassem a experiência dessas escolas na implantação do projeto piloto que reestrutura os horários dos cursos regulares e cria os CFC (Cursos de Formação Complementar). Após a apresentação e respostas às perguntas dos demais representantes dos CIL na Comissão, falou-se sobre o desafio de se fazer a integração entre as novas tecnologias e o ensino de línguas e sobre a importância que os CFC terão nesse aspecto. Foi proposto que os CIL que estão implementando o novo modelo apresentem relatórios frequentes para que as outras escolas fiquem a par do processo e se preparem para uma implementação geral da nova estrutura. 

O professor Juscelino passou a abordar aspectos teóricos importantes para a discussão do currículo, abarcando questões relativas à abordagem no ensino de línguas. Discorreu sobre os pressupostos que todo educador possui e sobre o material didático, que muitas vezes se torna o eixo do trabalho pedagógico nas escolas. Propôs que o foco deixe de estar no livro a ser adotado e se desloque de forma coerente a uma Matriz Curricular única que oriente esse trabalho e sirva de parâmetro para o fazer do educador em sala, com foco no aluno. Os presentes solicitaram que uma metolologia para a discussão nas escolas fosse estruturada para dar aos representantes na Comissão subsídios para conduzi-la a contento e abrir espaço para reflexões nessa área entre todos os educadores dos CIL.

Pediu-se que todos os representantes levassem a suas escolas os pontos discutidos durante a reunião e que trabalhassem com base no pré-projeto abaixo, que está totalmente aberto a sugestões e modificações a fim de que sirva como documento básico para as propostas de reestruturação dos cursos nos CIL.

Ficou confirmada a próxima reunião para o dia 11 de abril, em local ainda a ser definido.  



PROJETO DE REESTRUTURAÇÃO DOS CURSOS NOS CENTROS INTERESCOLARES DE LÍNGUAS DO DISTRITO FEDERAL



I.                      Introdução
Os Centros Interescolares de Línguas (CIL) oferecem atualmente o componente curricular Língua Estrangeira Moderna (LEM) para estudantes a partir da 5ª Série/6º ano do Ensino Fundamental.  Além disso, foi implantando em 2010 um currículo voltado para o atendimento de alunos do Ensino Médio que ingressam nos CIL a partir do 1º ano, chamado Currículo Específico, o qual tem três anos de duração. O currículo voltado para o Ensino Fundamental, que até 2012 era de 7 anos para alunos que o iniciavam no 6º ano, passou a ser de cinco anos a partir do 1º semestre de 2013, conforme decisão tomada pela comissão de educadores dos CIL que elaboraram o texto das Diretrizes Institucionais que fazem parte do processo de reestruturação dessa instituições de ensino. Cabe ressaltar que os estudantes matriculados antes de 2013 deverão permanecer no currículo pleno de 7 anos, podendo haver adaptações do antigo currículo ao novo caso a comissão que elaborara a Matriz Curricular as julgar necessárias.
A necessidade de criação de uma Matriz Curricular dos CIL nasce no bojo das referidas mudanças, como meio de adaptação dos cursos à nova duração de 5 anos e complementação às Diretrizes que deverão nortear o trabalhos nessas instituições a partir de sua aprovação.
Levando-se em conta que há duas portas de entrada para alunos da Rede Pública de Ensino no currículo pleno – Nível Juvenil 1 (estudantes matriculados no 6º ano) e Nível 1A (estudantes matriculados no 8ª ano), sendo que a primeira insere-se no Ciclo Juvenil de dois semestres no qual a abordagem prioriza uma sensibilização em relação à aprendizagem de línguas, faz-se necessária uma estratégia de transição ao 1A para os alunos que terminarem esse ciclo. Essa transição será um dos focos deste projeto, pois se verificou que o referido ciclo é tido como um dos mais exitosos nos 8 CIL do Distrito Federal, o que faz dele um importante período na formação dos estudantes.
E finalmente, será apresentado aqui o projeto piloto de reestruturação dos cursos que está sendo implementado em dois CIL que se predispuseram a trabalhar na criação de Cursos de Formação Complementar que serão incorporados à modulação de todos os CIL caso a avaliação de sua implementação nessas duas instituições demonstrar avanços no processo de ensino/aprendizagem de LEM nessas escolas.

II. Responsáveis pelo Projeto
·      CIL de Brasília
·      CIL 02 de Brasília
·      CIL de Brazlândia
·      CIL de Ceilândia
·      CIL do Gama
·      CIL do Guará
·      CIL de Sobradinho
·      CIL de Taguatinga
·      Gerência de Escolas de Natureza Especial
·      Núcleo dos Centros Interescolares de Línguas


  
III. Justificativa
A estrutura de 7 anos dos cursos nos CIL surgiu devido à implantação da Jornada Ampliada na Rede Pública de Ensino do DF e da instituição, nessa mesma época, da obrigatoriedade de matrícula de alunos de determinadas escolas nos CIL (Sistema de Tributariedade), determinação que atrelava os anos dos Ensinos Fundamental e Médio ao número de níveis a serem ofertados nos CIL, conforme tabela abaixo:

CICLOS
NÍVEIS
ANO
JUVENIL
J1/J2
6º ANO (ENSINO FUNDAMENTAL
BÁSICO
B1/B2
7º ANO (ENSINO FUNDAMENTAL

B3/B4
8º ANO (ENSINO FUNDAMENTAL)

B5
1º SEMESTRE 9º ANO (ENSINO FUNDAMENTAL)
INTERMEDIÁRIO
I1
2º SEMESTRE 9º ANO (ENSINO FUNDAMENTAL)

I2/I3
1º ANO (ENSINO MÉDIO)

I4
1º SEMESTRE 2º ANO (ENSINO MÉDIO)
AVANÇADO
A1
2º SEMESTRE 2º ANO (ENSINO MÉDIO)

A2/A3
3º ANO (ENSINO MÉDIO)

A tabela acima aplicasse aos estudantes que ingressavam nos CIL quando estavam cursando o 6º ano (5ª série) do Ensino Fundamental, mas como a oferta era obrigatória a todos os alunos das escolas tributárias, os que estivessem no 7º ano (6ª série) também poderiam ingressar no J1. E considerando-se que as matrículas novas sempre se realizaram semestralmente, novos alunos poderiam ingressar, em especial aqueles de escolas não tributárias, no segundo semestre de cada ano, já que as vagas remanescentes se ofertavam a qualquer aluno da Rede Pública de Ensino do Ensino Fundamental que comprovasse, por meio de declaração de escolaridade, sua matrícula em alguma instituição pública de ensino. E como também existia como porta de entrada o nível B1 (Básico 1) para alunos que estivessem matriculados no 8º ano (7ª série) do Ensino Fundamental, essa relação entre os níveis e os anos dos Ensinos Fundamental e Médio não era sempre direta. Além disso, não se permitia abrir-se uma porta de entrada para alunos do Ensino Médio, somente podendo cursar o CIL os alunos dessa fase que já haviam ingressado no Ensino Fundamental.
Com o fim da Tributariedade em 2010, que justificava em parte o atrelamento entre níveis nos CIL e os anos nas escolas de origem de seus alunos, além do afunilamento verificado na relação entre estudantes que ingressavam e estudantes que, após 7 anos, se formavam nos CIL, questionamentos começaram a surgir no tocante às implicações de cursos tão longos nos resultados obtidos pelos alunos durante seu processo de aprendizagem de línguas nessas instituições.
Os dados relativos à reprovação e à evasão de alunos serviram de base para as discussões iniciadas em 2012 na comissão que elaborou as Diretrizes Institucionais. Como uma possível resposta a esses preocupantes dados, estratégias de ação foram propostas, sendo uma delas a redução do tempo dos cursos nos CIL. Ficou claro que tal redução deveria vir acompanhada de outras estratégias, pois por si só essa reestruturação não bastaria para melhorar os resultados na aprendizagem observados nessas instituições. Viu-se, então, que seriam imprescindíveis a elaboração de uma Matriz Curricular comum e uma discussão mais aprofundada em relação às abordagens no processo de ensino/aprendizagem nos CIL a fim de responder às demandas das comunidades escolares de uma rede de instituições públicas de ensino voltadas exclusivamente ao ensino de línguas.
Também como uma possível resposta à considerável evasão e aos níveis de reprovação nos CIL, surgiu a proposta de um projeto piloto que, além da redução da duração dos cursos, promovesse uma oferta de horários mais condizentes com a realidade dos alunos que frequentam estas escolas.
Desde a implantação da Jornada Ampliada, que estabeleceu a hora-aula no turno diurno nos CIL de 100 minutos, enquanto que no noturno permaneceram os 80 minutos de antes, muitos alunos e pais queixam-se de alguns horários – aulas que acontecem no início ou término de turnos, principalmente quando interferem no horário do almoço – que dificultam sua saída ou chegada, tanto no CIL onde estuda quanto em sua escola de origem. Isso acaba por gerar infrequência, evasão e dificuldade de aprendizagem para aqueles que chegam a ficar sem almoço para poderem estudar em alguns CIL.
A fim de atender a essa demanda, surgiu a proposta de que o horário das aulas no diurno seja reduzido de 100 para 80 minutos, de modo a oferecer horários que não dificultem a chegada ou a saída dos alunos. Com isso, abrem-se horários na carga horária de regência dos professores que poderão ser ocupados por cursos livres, que receberam preliminarmente o nome de Cursos de Formação Complementar (CFC) e que terão caráter semipresencial. Pelo caráter inovador dessa proposta e a fim de que sua aplicabilidade seja avaliada antes de uma implantação geral nos 8 CIL, a Subsecretaria de Gestão de Pessoas da SEEDF aprovou que ela fosse colocada em prática como projeto piloto em dois CIL. Propuseram-se a realizar essa tarefa os CIL de Sobradinho e de Brazlândia, que serão acompanhados e avaliados nesse processo de reestruturação a fim de que se possa comprovar a efetividade desse novo modelo na melhoria dos índices de aprovação e permanência dos estudantes matriculados nessas instituições. 
Diante do acima exposto, justifica-se a proposição que ora se faz por meio deste projeto, o qual deverá nortear o processo de reestruturação dos CIL com a apresentação de um Currículo Pleno de cinco anos para os alunos do Ensino fundamental e de uma reelaboração do Currículo específico de três anos para os estudantes do Ensino Médio que ingressem nessas instituições, além de estabelecer os parâmetros pelos quais o Projeto Piloto nos CIL de Sobradinho e Brazlândia deverá ser levado a cabo.


IV. Objetivo Geral
Propor uma Matriz Curricular única e condizente com as demandas de um ensino contemporâneo de línguas que melhor atenda às necessidades das comunidades escolares dos CIL.

V. Objetivos Específicos
·      Estruturar um Currículo Pleno de cinco anos que atenda os alunos da Rede Pública que ingressem nos CIL a partir do 6º ou 8º anos do Ensino Fundamental.
·      Reestruturar o Currículo Específico, de três anos, voltado aos alunos do Ensino Médio que ingressem nos CIL a partir do 1º ano.
·      Estabelecer estratégias para a transição dos alunos que finalizam o Ciclo Juvenil para os níveis subsequentes.
·      Apresentar estratégias de inserção de novas tecnologias na Matriz Curricular.
·      Estruturar parâmetros para a aplicação e avaliação do Projeto Piloto nos CIL de Sobradinho e Brazlândia.


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