Novamente reuniram-se os membros da comissão que está elaborando a Matriz Curricular dos Centros de Línguas na sala do Centro de Referência no CIL 01. Com a presença de 14 representantes dessas escolas, o professor Juscelino deu informes gerais e informou que estamos negociando com as CRE de cada CIL a possibilidade de que coordenadores intermediários possam trabalhar junto a essas escolas nas respectivas CRE e participar da Comissão. Registrou a presença da professora Maria Carmem, que trabalha na coordenação intermediária na GREB do Plano Piloto. Nas próximas reuniões são esperados outros representantes das CRE.
Foi solicitado que os representantes dos CIL de Sobradinho e Brazlândia relatassem a experiência dessas escolas na implantação do projeto piloto que reestrutura os horários dos cursos regulares e cria os CFC (Cursos de Formação Complementar). Após a apresentação e respostas às perguntas dos demais representantes dos CIL na Comissão, falou-se sobre o desafio de se fazer a integração entre as novas tecnologias e o ensino de línguas e sobre a importância que os CFC terão nesse aspecto. Foi proposto que os CIL que estão implementando o novo modelo apresentem relatórios frequentes para que as outras escolas fiquem a par do processo e se preparem para uma implementação geral da nova estrutura.
O professor Juscelino passou a abordar aspectos teóricos importantes para a discussão do currículo, abarcando questões relativas à abordagem no ensino de línguas. Discorreu sobre os pressupostos que todo educador possui e sobre o material didático, que muitas vezes se torna o eixo do trabalho pedagógico nas escolas. Propôs que o foco deixe de estar no livro a ser adotado e se desloque de forma coerente a uma Matriz Curricular única que oriente esse trabalho e sirva de parâmetro para o fazer do educador em sala, com foco no aluno. Os presentes solicitaram que uma metolologia para a discussão nas escolas fosse estruturada para dar aos representantes na Comissão subsídios para conduzi-la a contento e abrir espaço para reflexões nessa área entre todos os educadores dos CIL.
Pediu-se que todos os representantes levassem a suas escolas os pontos discutidos durante a reunião e que trabalhassem com base no pré-projeto abaixo, que está totalmente aberto a sugestões e modificações a fim de que sirva como documento básico para as propostas de reestruturação dos cursos nos CIL.
Ficou confirmada a próxima reunião para o dia 11 de abril, em local ainda a ser definido.
PROJETO
DE REESTRUTURAÇÃO DOS CURSOS NOS CENTROS INTERESCOLARES DE LÍNGUAS DO DISTRITO
FEDERAL
I.
Introdução
Os
Centros Interescolares de Línguas (CIL) oferecem atualmente o componente curricular
Língua Estrangeira Moderna (LEM) para estudantes a partir da 5ª Série/6º ano do
Ensino Fundamental. Além disso, foi
implantando em 2010 um currículo voltado para o atendimento de alunos do Ensino
Médio que ingressam nos CIL a partir do 1º ano, chamado Currículo Específico, o
qual tem três anos de duração. O currículo voltado para o Ensino Fundamental,
que até 2012 era de 7 anos para alunos que o iniciavam no 6º ano, passou a ser
de cinco anos a partir do 1º semestre de 2013, conforme decisão tomada pela
comissão de educadores dos CIL que elaboraram o texto das Diretrizes
Institucionais que fazem parte do processo de reestruturação dessa instituições
de ensino. Cabe ressaltar que os estudantes matriculados antes de 2013 deverão
permanecer no currículo pleno de 7 anos, podendo haver adaptações do antigo
currículo ao novo caso a comissão que elaborara a Matriz Curricular as julgar
necessárias.
A necessidade
de criação de uma Matriz Curricular dos CIL nasce no bojo das referidas
mudanças, como meio de adaptação dos cursos à nova duração de 5 anos e
complementação às Diretrizes que deverão nortear o trabalhos nessas
instituições a partir de sua aprovação.
Levando-se
em conta que há duas portas de entrada para alunos da Rede Pública de Ensino no
currículo pleno – Nível Juvenil 1 (estudantes matriculados no 6º ano) e Nível
1A (estudantes matriculados no 8ª ano), sendo que a primeira insere-se no Ciclo
Juvenil de dois semestres no qual a abordagem prioriza uma sensibilização em
relação à aprendizagem de línguas, faz-se necessária uma estratégia de
transição ao 1A para os alunos que terminarem esse ciclo. Essa transição será
um dos focos deste projeto, pois se verificou que o referido ciclo é tido como um
dos mais exitosos nos 8 CIL do Distrito Federal, o que faz dele um importante
período na formação dos estudantes.
E finalmente,
será apresentado aqui o projeto piloto de reestruturação dos cursos que está
sendo implementado em dois CIL que se predispuseram a trabalhar na criação de
Cursos de Formação Complementar que serão incorporados à modulação de todos os
CIL caso a avaliação de sua implementação nessas duas instituições demonstrar
avanços no processo de ensino/aprendizagem de LEM nessas escolas.
II.
Responsáveis pelo Projeto
·
CIL
de Brasília
·
CIL
02 de Brasília
·
CIL
de Brazlândia
·
CIL
de Ceilândia
·
CIL
do Gama
·
CIL
do Guará
·
CIL
de Sobradinho
·
CIL
de Taguatinga
·
Gerência
de Escolas de Natureza Especial
·
Núcleo
dos Centros Interescolares de Línguas
III.
Justificativa
A estrutura de 7 anos dos cursos nos CIL surgiu devido à
implantação da Jornada Ampliada na Rede Pública de Ensino do DF e da instituição,
nessa mesma época, da obrigatoriedade de matrícula de alunos de determinadas
escolas nos CIL (Sistema de Tributariedade), determinação que atrelava os anos
dos Ensinos Fundamental e Médio ao número de níveis a serem ofertados nos CIL,
conforme tabela abaixo:
CICLOS
|
NÍVEIS
|
ANO
|
JUVENIL
|
J1/J2
|
6º
ANO (ENSINO FUNDAMENTAL
|
BÁSICO
|
B1/B2
|
7º
ANO (ENSINO FUNDAMENTAL
|
B3/B4
|
8º
ANO (ENSINO FUNDAMENTAL)
|
|
B5
|
1º
SEMESTRE 9º ANO (ENSINO FUNDAMENTAL)
|
|
INTERMEDIÁRIO
|
I1
|
2º
SEMESTRE 9º ANO (ENSINO FUNDAMENTAL)
|
I2/I3
|
1º
ANO (ENSINO MÉDIO)
|
|
I4
|
1º
SEMESTRE 2º ANO (ENSINO MÉDIO)
|
|
AVANÇADO
|
A1
|
2º
SEMESTRE 2º ANO (ENSINO MÉDIO)
|
A2/A3
|
3º
ANO (ENSINO MÉDIO)
|
A tabela acima aplicasse aos estudantes que ingressavam
nos CIL quando estavam cursando o 6º ano (5ª série) do Ensino Fundamental, mas
como a oferta era obrigatória a todos os alunos das escolas tributárias, os que
estivessem no 7º ano (6ª série) também poderiam ingressar no J1. E
considerando-se que as matrículas novas sempre se realizaram semestralmente,
novos alunos poderiam ingressar, em especial aqueles de escolas não
tributárias, no segundo semestre de cada ano, já que as vagas remanescentes se
ofertavam a qualquer aluno da Rede Pública de Ensino do Ensino Fundamental que
comprovasse, por meio de declaração de escolaridade, sua matrícula em alguma
instituição pública de ensino. E como também existia como porta de entrada o
nível B1 (Básico 1) para alunos que estivessem matriculados no 8º ano (7ª
série) do Ensino Fundamental, essa relação entre os níveis e os anos dos
Ensinos Fundamental e Médio não era sempre direta. Além disso, não se permitia
abrir-se uma porta de entrada para alunos do Ensino Médio, somente podendo cursar
o CIL os alunos dessa fase que já haviam ingressado no Ensino Fundamental.
Com o fim da Tributariedade em 2010, que justificava em
parte o atrelamento entre níveis nos CIL e os anos nas escolas de origem de
seus alunos, além do afunilamento verificado na relação entre estudantes que
ingressavam e estudantes que, após 7 anos, se formavam nos CIL, questionamentos
começaram a surgir no tocante às implicações de cursos tão longos nos
resultados obtidos pelos alunos durante seu processo de aprendizagem de línguas
nessas instituições.
Os dados relativos à reprovação e à evasão de alunos
serviram de base para as discussões iniciadas em 2012 na comissão que elaborou
as Diretrizes Institucionais. Como uma possível resposta a esses preocupantes
dados, estratégias de ação foram propostas, sendo uma delas a redução do tempo
dos cursos nos CIL. Ficou claro que tal redução deveria vir acompanhada de outras
estratégias, pois por si só essa reestruturação não bastaria para melhorar os
resultados na aprendizagem observados nessas instituições. Viu-se, então, que
seriam imprescindíveis a elaboração de uma Matriz Curricular comum e uma
discussão mais aprofundada em relação às abordagens no processo de ensino/aprendizagem
nos CIL a fim de responder às demandas das comunidades escolares de uma rede de
instituições públicas de ensino voltadas exclusivamente ao ensino de línguas.
Também como uma possível resposta à considerável evasão e
aos níveis de reprovação nos CIL, surgiu a proposta de um projeto piloto que,
além da redução da duração dos cursos, promovesse uma oferta de horários mais
condizentes com a realidade dos alunos que frequentam estas escolas.
Desde a implantação da Jornada Ampliada, que estabeleceu
a hora-aula no turno diurno nos CIL de 100 minutos, enquanto que no noturno
permaneceram os 80 minutos de antes, muitos alunos e pais queixam-se de alguns
horários – aulas que acontecem no início ou término de turnos, principalmente
quando interferem no horário do almoço – que dificultam sua saída ou chegada,
tanto no CIL onde estuda quanto em sua escola de origem. Isso acaba por gerar
infrequência, evasão e dificuldade de aprendizagem para aqueles que chegam a
ficar sem almoço para poderem estudar em alguns CIL.
A fim de atender a essa demanda, surgiu a proposta de que
o horário das aulas no diurno seja reduzido de 100 para 80 minutos, de modo a
oferecer horários que não dificultem a chegada ou a saída dos alunos. Com isso,
abrem-se horários na carga horária de regência dos professores que poderão ser
ocupados por cursos livres, que receberam preliminarmente o nome de Cursos de
Formação Complementar (CFC) e que terão caráter semipresencial. Pelo caráter
inovador dessa proposta e a fim de que sua aplicabilidade seja avaliada antes
de uma implantação geral nos 8 CIL, a Subsecretaria de Gestão de Pessoas da
SEEDF aprovou que ela fosse colocada em prática como projeto piloto em dois
CIL. Propuseram-se a realizar essa tarefa os CIL de Sobradinho e de Brazlândia,
que serão acompanhados e avaliados nesse processo de reestruturação a fim de
que se possa comprovar a efetividade desse novo modelo na melhoria dos índices
de aprovação e permanência dos estudantes matriculados nessas
instituições.
Diante do acima exposto, justifica-se a proposição que
ora se faz por meio deste projeto, o qual deverá nortear o processo de
reestruturação dos CIL com a apresentação de um Currículo Pleno de cinco anos
para os alunos do Ensino fundamental e de uma reelaboração do Currículo
específico de três anos para os estudantes do Ensino Médio que ingressem nessas
instituições, além de estabelecer os parâmetros pelos quais o Projeto Piloto
nos CIL de Sobradinho e Brazlândia deverá ser levado a cabo.
IV.
Objetivo Geral
Propor
uma Matriz Curricular única e condizente com as demandas de um ensino
contemporâneo de línguas que melhor atenda às necessidades das comunidades
escolares dos CIL.
V.
Objetivos Específicos
·
Estruturar
um Currículo Pleno de cinco anos que atenda os alunos da Rede Pública que
ingressem nos CIL a partir do 6º ou 8º anos do Ensino Fundamental.
·
Reestruturar
o Currículo Específico, de três anos, voltado aos alunos do Ensino Médio que
ingressem nos CIL a partir do 1º ano.
·
Estabelecer
estratégias para a transição dos alunos que finalizam o Ciclo Juvenil para os
níveis subsequentes.
·
Apresentar
estratégias de inserção de novas tecnologias na Matriz Curricular.
·
Estruturar
parâmetros para a aplicação e avaliação do Projeto Piloto nos CIL de Sobradinho
e Brazlândia.
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