Em nossa última reunião foram
discutidas questões relativas às causas do alto índice de reprovações e
desistências no ciclo básico. Os representantes dos CIL trouxeram resultados de
discussões feitas em cada instituição, e propostas de intervenção no sentido de
minimizar esses problemas foram analisadas. Uma delas se referia à questão das
avaliações aplicadas nos CIL, na qual se propunha a extinção da recuperação
final e um trabalho que enfatizasse a recuperação processual. O gerente da
GENESP, professor Roger, alertou quanto à necessidade de consulta às Diretrizes
Avaliativas da SEEDF para que se tivesse a certeza de que uma provável extinção
da recuperação final não feriria as orientações ali contidas, mas ressaltou que
sem dúvida um trabalho que priorizasse a avaliação processual se coadunaria
perfeitamente com a proposta da SEEDF nesse campo. O professor Roger ressaltou
que as referidas diretrizes serão reelaboradas e que comissões serão criadas
para isso. Foi-lhe perguntado se haveria possibilidade de que representantes dos
CIL viessem a participar também desses trabalhos e ele respondeu que
consultaria a pessoa responsável por esse processo na SEEDF para saber se haveria
abertura para essa participação.
Foi também discutida a proposta
apresentada pelo CIL de Sobradinho que reduziria o tempo de aula no diurno para
1h20, de modo a tornar a carga horária dos alunos no matutino e vespertino
igual à do noturno, abrindo também espaço na grade para um horário dedicado a
projetos nos períodos considerados problemáticos para os alunos – último horário
do matutino e primeiro do vespertino –, já que em muitos CIL o curto intervalo
que separa os dois turnos tem dificultado a chegada e a saída de alunos devido
às distâncias que muitos deles têm que percorrer de uma escola à outra. Alguns
participantes da reunião expressaram sua preocupação quanto à possibilidade de
que essa mudança afete a Jornada Ampliada, considerada por muitos como uma
conquista dos educadores. O professor Roger deixou claro que a proposta não
afetaria os horários de coordenação, assegurados em lei, e que a Jornada
Ampliada é um instrumento que a SEEDF construiu para organizar o que foi
estabelecido legalmente no tocante à carga horária dos educadores da
Secretaria. O professor Ivo, coordenador pedagógico no NCIL, esclareceu que a
proposta de Sobradinho não tinha nada a ver com o retorno à carga horária de
20h/20h, pois não afetaria a Jornada Ampliada, mas simplesmente a organizaria
de outro modo e que o horário excedente estaria dedicado a cursos livres,
ensino a distância ou mesmo reforço. Alguns dos presentes expressaram a
preocupação de que esses horários não venham a ser devidamente cumpridos, o que
acarretaria em sanções da própria SEEDF que poderiam afetar o que já se
configura como um ganho para os educadores em termos de tempo dedicado à
coordenação. O professor Roger deixou claro que, em se aprovando a proposta, um
mecanismo de acompanhamento e registro das atividades deveria ser criado para
assegurar que a carga horária em regência dos profissionais fosse devidamente
cumprida. Ressaltou que é mais preocupante, em termos de possíveis sanções da
SEEDF, o fato de os horários reservados à coordenação não serem cumpridos, já
que o que se propunha não se configurava como uma redução da carga de regência,
mas sim uma adaptação dela, possibilidade que seria analisada pela SUGEPE antes
que qualquer decisão fosse tomada pela comissão. O professor Juscelino
complementou dizendo que a proposta havia sido encaminhada a esse órgão para
que se pudesse ter dele uma resposta que permitiria ou não que a discussão do
que se propunha pudesse ser levada adiante. Alguns membros da comissão
compreenderam que isso significava que a proposta já havia sido encaminhada ao
referido órgão sem a devida anuência da comissão, algo que causava
estranhamento, pois acreditavam que seriam eles a deliberar sobre o tema antes
de seu encaminhamento. Esclareceu-se que o procedimento fazia parte da
metodologia de construção das Diretrizes, explicada nas primeiras reuniões, e
que tais encaminhamentos não tinham o objetivo de passar por cima do poder
deliberativo da comissão, mas sim permitir que as discussões se realizassem
dentro do factível. Além disso, foi ressaltado que profissionais de órgãos
reguladores da SEEDF estariam sempre acompanhando o processo de elaboração dos
documentos e prestando assessoria. Foi esclarecido que a comissão é o único
órgão que vai deliberar sobre qualquer proposta apresentada e discutida pelos
representantes dos CIL e que a mera consulta a outros órgãos não tem teor
deliberativo.
Representantes do CIL 01 de
Brasília aproveitaram para perguntar se a questão da Tributariedade seria
discutida na comissão, já que aguardavam uma resposta quanto à possibilidade de
se manter esse sistema de captação de alunos. O professor Ivo explicou que esse
tema não fazia parte das discussões, pois a destributarização já havia sido
determinada por meio das estratégias de matrícula a partir de 2010 e que se
esperava, por isso, que o processo tivesse sido levado a cabo. Porém, diante do
fato de ainda existirem três escolas vinculadas ao CIL 01 por meio da
Tributariedade e de os profissionais desse CIL demonstrarem preocupação quanto
às implicações do fim do sistema, já que temem a perda de alunos com o
consequente fechamento de turmas, afirmou que um questionamento quanto ao tema
estava a caminho da Assessoria Jurídica da SEEDF, a fim de que esse órgão desse
seu parecer no tocante à possibilidade de se manter tal sistema de ingresso no
CIL 01. As representantes dessa unidade disseram que era urgente obter uma
resposta, pois se a destributarização fosse confirmada, as escolas envolvidas
deveriam ficar logo a par do processo e preparar-se para a mudança, assim como
a Regional do Plano Piloto, que permitiu que o sistema continuasse. O professor
Juscelino disse que assim que a resposta fosse obtida, todas as instituições
citadas seriam informadas e orientadas quanto aos procedimentos necessários.
Ao final, confirmou-se a data da
próxima reunião, que acontecerá no dia 13 de setembro. Reforçou-se a
necessidade de que discussões sejam realizadas em cada instituição e que os
membros das comissões deveriam trazer aos encontros os anseios de seus pares e
levar aos mesmos exatamente o que se discute nas reuniões, procurando sempre
sanar quaisquer dúvidas por meio do Blog ou em direto contato com o NCIL.
Olá,
ResponderExcluirVemos no CILSob, com muito bons olhos a redução da carga horária do curso diurno para 1h20 e por isso encaminhamos a proposta. As razões que nos levaram a elaborar tal proposta se baseiam nos problemas de evasão e reprovação por falta, em razão das péssimas condições de transporte público que serve as comunidades de Planaltina, Sobradinho I e II e regiões dos condomínios. Tais condições inviabilizam a chegada dos alunos às 7h ou às 13h30 e saída às 12h ou ás 18h30,nesse caso, por já estar anoitecendo e os pais prefiram retirar os filhos do curso a deixá-los correr o risco de sofrer algum tipo de violência. Buscamos com essa proposta resolver esse problema. Nos preocupa sim a questão do cumprimento da carga horária de regência, mas pensamos em projetos que proporcionem a aprendizagem colaborativa apoiada por computador, além de outros projetos que promovam a autonomia dos alunos. Ressalto que com o uso das NTICES - Novas Tecnologias da Informação, Comunicação e Expressão, a redução da garga horária direta e contagem da carga horária indireta (à distânica) é uma forte tendência, visto que, se assim não for, o trabalho do professor aumenta muito, já que o trabalho à distância exige uma grande carga de dedicação "online", ou não.
Quero lembrar que há várias possibilidades de se trabalhar com essa carga a distância. Ela não precisa necessariamente estar vinculada às novas tecnologias. Os CIL que não dispõem de recursos como computadores, rede lógica e internet ou os professores menos familiarizados com tais recursos podem dedicar essas horas a trabalhos com portfólios, redação, literatura, jornais, etc.
ResponderExcluirEsse trabalho pode também ser feito de modo coordenado. Os professores com níveis intermediários, por exemplo, podem envolver seus alunos na mesma atividade. O desenvolvimento de projetos tem uma influência muito positiva no trabalho coordenado, na troca de experiência entre os professores e na formação continuada, à medida que os desafios se apresentam. Acredito que esse será um espaço importante para o amadurecimento do nosso trabalho. (Malu)